As noites
Hoje acordei contigo deitado ao meu lado. Era um corpo mais pequeno e mais moreno, mas sei que eras tu. Ouvia a gargalhada da tua voz, sentia a tua mão acariciando a minha, e sentia que estava tudo bem. Tenho a certeza que eras tu porque as memórias invadiram-me e ficaram como num sonho, e nem os raios de sol esquartejadores de persianas te afastavam de mim. Entre a realidade e o sonho que a moleza traz, vi-te entrando nu pelo quarto e correr para me fazer cocegas proferindo barbaridades humorísticas em tom de puto. Tenho a certeza que vieste, porque aperto os lençóis e o teu cheiro ainda lá está.
Esta noite sei que não quiseste mais desistir, e abandonada não fui por causa de um avassalador medo de lutar que te apoquenta. Esta noite sei que acordei para uma manhã em que a nossa história não cessava, ainda tão boa como sempre foi, não se abdicando de nada, aceitando ser feliz. Esta noite sonhei que voltavas porque já sabias pedir ajuda e entender que não é fugindo do que nos faz bem que encontramos paz interior. Esta noite sonhei que um amanhã para nós existia, e que a completude que em ti encontrei (como em ninguém anteriormente) viveria para sempre dentro de mim, dentro de ti, nesse nós abraçado até ao raiar de um novo dia, esse nós que persiste na vontade de reconstruir os eus internos não afastando um nós quase perfeito.
Esta noite...eu sei, foi só um sonho, daqueles que queremos muito que fiquem, que se tornem reais, daqueles que nos fazem não querer acordar de manhã. Esta noite, bem sei, foi mera lembrança de um ontem ainda tão presente, que vive em mim sem esmorecer. Esta noite, o corpo ao meu lado era só uma amiga que me conforta neste luto que não quero fazer, porque não sei como desistir de algo tão bom. Era um corpo delicado, feminino, sem erotismo, sem argumentações acesas até às tantas da manhã, sem beijos sedentos de desejo, sem carinhos enamorados e conversas intermináveis de quem gosta do mesmo e sabe ler-se por dentro.
Esta noite, um sonho que deixo suspenso. Amanhã o novo dia em que tenho de me reencontrar nesse mundo voraz que não pára de girar. E sei que vou conseguir, e quem sabe um dia encontrar-te de novo, numa renovada noite já real.
Esta noite sei que não quiseste mais desistir, e abandonada não fui por causa de um avassalador medo de lutar que te apoquenta. Esta noite sei que acordei para uma manhã em que a nossa história não cessava, ainda tão boa como sempre foi, não se abdicando de nada, aceitando ser feliz. Esta noite sonhei que voltavas porque já sabias pedir ajuda e entender que não é fugindo do que nos faz bem que encontramos paz interior. Esta noite sonhei que um amanhã para nós existia, e que a completude que em ti encontrei (como em ninguém anteriormente) viveria para sempre dentro de mim, dentro de ti, nesse nós abraçado até ao raiar de um novo dia, esse nós que persiste na vontade de reconstruir os eus internos não afastando um nós quase perfeito.
Esta noite...eu sei, foi só um sonho, daqueles que queremos muito que fiquem, que se tornem reais, daqueles que nos fazem não querer acordar de manhã. Esta noite, bem sei, foi mera lembrança de um ontem ainda tão presente, que vive em mim sem esmorecer. Esta noite, o corpo ao meu lado era só uma amiga que me conforta neste luto que não quero fazer, porque não sei como desistir de algo tão bom. Era um corpo delicado, feminino, sem erotismo, sem argumentações acesas até às tantas da manhã, sem beijos sedentos de desejo, sem carinhos enamorados e conversas intermináveis de quem gosta do mesmo e sabe ler-se por dentro.
Esta noite, um sonho que deixo suspenso. Amanhã o novo dia em que tenho de me reencontrar nesse mundo voraz que não pára de girar. E sei que vou conseguir, e quem sabe um dia encontrar-te de novo, numa renovada noite já real.
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