Noctívago
Dorme a cidade lá fora, na sua paz adornada de vida. Em cada recanto uma luz amarelando a sombra, em cada recanto um pedaço de história, uma qualquer vida, tantas que se beijam, e se batem, e se riem, e se são. Lisboa tem pequenos cantos de luz por entre a sombra, sempre novos encantos tão antigos. Anciã sempre renovada, num espírito leve que voa, na bruma da sua melancólica expectante contemplação de um milagre sempre iminente. D.Sebastião projectando um povo que geme numa alegre dor carpida, um misto de mar, de sol, de chuva, de sal. Um povo de fados vividos e especialmente sonhados. Um povo por vezes parado.
Dorme Lisboa lá fora, na sua aventureira ânsia de nunca verdadeiramente adormecer, embalando cá dentro as almas que em todos nós flutuam.
Dorme Lisboa lá fora, na sua aventureira ânsia de nunca verdadeiramente adormecer, embalando cá dentro as almas que em todos nós flutuam.
1 Comments:
Lindíssimo e sensível dizer sobre a cidade adormecida em seus encantos de paz e amanhãs que ja se prenunciam.
Gostei muito do que li aqui neste seu cantinho de belezas.
Beijos
P.S. Obrigada pela gentileza da visita e pela poesia do seu comentário que tornou meu pequeno poema maior do que verdadeiramente é.
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