Tuesday, June 23, 2009

Saudade

O passo mecânico, a alma estática, caminhava sem andar por entre as sombras do corredor quase cega. Caminhava, sem saber para onde ia. Não ia, ficava. Ficava no mesmo local de onde nunca saiu. Queria gritar, queria chorar, queria odiar, queria esquecer, mas nada além de um tumultuoso vazio fervilhando e o corpo numa rigidez apática.
Quantos dias passaram? Quantas horas? Quanto tempo mais sem ver além do longo corredor de memórias? Todas as lembranças que a fazem sorrir e chorar por não mais serem presente. As lembranças e as palavras que martelam, martelam, marcham em Exércitos de fim. E as culpas e as inseguranças e as dores que a invadem, irracionais, tão normais para quem não gosta de si mesmo. E se gostasse mais voltavas? E se... E nada que se possa fazer para que o passado renovado hoje seja. E acabou.
O amor é um punhado de corredores em labirinto, que passamos a vida a sonhar que se cruzem no final.

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