Invicta
Gosto da moleza do Verão, tudo se extende quase a um infinito desconhecimento de horas, manhãs que passam devagar até às nove da noite e sem sabermos lá se foi o dia.
Gosto dos Verões do Porto. Vento e gaivotas, calor e humidade, um dia nublado escuro quente, um dia sol imenso e frio das correntes nortenhas, o desordenar da amplitude térmica.
Gosto de vaguear pelas ruas do Porto com vozes de vogais abertas e cantorias inusitadas, de gordura a toda a volta mas a cidade estranhamente limpa, dos músicos na Ribeira e dos engraxadores de sapatos em São Bento, das meninas alternativas de cabelos pretos (acho que é pré-requisito) e das "femmes fatales" de pastilha mascada entre grunhidos, dos corredores do Parque e dos seus cisnes, dos longos labirintos de Serralves e da Casa da Música, do vinho do Porto (ó tanto!) e da francesinha, de descer os imponentes Aliados e sentir que sou livre, o mundo é meu aqui em tons cinzentos clareados pelo azul claro do dia, e se turquesa fosse diria ser já meu fascinado olhar em si reflectido.
Sem saber porquê o Porto tornou-se uma espécie de refúgio, um escape, encontrar no Douro uma certa liberdade, uma certa auto-estima, uma certa calma. Vir ao Porto e saber que sou de cá e sou de fora ao mesmo tempo, sentir a calorosa recepção e a impiedosa crítica, sentir o rio, sentir as ruas, sentir as gentes, sentir. Embrenhar-me em livros e espectáculos, dança acima de tudo, olhar os movimentos de corpos iluminados e ao som forte da música envolver-me numa espécie de reencontro comigo.
Gosto de pessoas que sabem sorrir, que sabem sentir, que sabem abraçar, que sabem só com os olhos falar, que sabem ser cordiais, e ser educadas, e ser cavalheiros, e ceder o lugar à velhota no autocarro, e olhar-nos a sério, de frente, expressando em palavras o que de verdade a alma sente. Gosto de pessoas que dançam com as mãos, em entrelaçados dedos de emoções não ditas.
Gosto dos Verões do Porto. Vento e gaivotas, calor e humidade, um dia nublado escuro quente, um dia sol imenso e frio das correntes nortenhas, o desordenar da amplitude térmica.
Gosto de vaguear pelas ruas do Porto com vozes de vogais abertas e cantorias inusitadas, de gordura a toda a volta mas a cidade estranhamente limpa, dos músicos na Ribeira e dos engraxadores de sapatos em São Bento, das meninas alternativas de cabelos pretos (acho que é pré-requisito) e das "femmes fatales" de pastilha mascada entre grunhidos, dos corredores do Parque e dos seus cisnes, dos longos labirintos de Serralves e da Casa da Música, do vinho do Porto (ó tanto!) e da francesinha, de descer os imponentes Aliados e sentir que sou livre, o mundo é meu aqui em tons cinzentos clareados pelo azul claro do dia, e se turquesa fosse diria ser já meu fascinado olhar em si reflectido.
Sem saber porquê o Porto tornou-se uma espécie de refúgio, um escape, encontrar no Douro uma certa liberdade, uma certa auto-estima, uma certa calma. Vir ao Porto e saber que sou de cá e sou de fora ao mesmo tempo, sentir a calorosa recepção e a impiedosa crítica, sentir o rio, sentir as ruas, sentir as gentes, sentir. Embrenhar-me em livros e espectáculos, dança acima de tudo, olhar os movimentos de corpos iluminados e ao som forte da música envolver-me numa espécie de reencontro comigo.
Gosto de pessoas que sabem sorrir, que sabem sentir, que sabem abraçar, que sabem só com os olhos falar, que sabem ser cordiais, e ser educadas, e ser cavalheiros, e ceder o lugar à velhota no autocarro, e olhar-nos a sério, de frente, expressando em palavras o que de verdade a alma sente. Gosto de pessoas que dançam com as mãos, em entrelaçados dedos de emoções não ditas.
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